Da invenção à comercialização de um produto
- Walter Peixoto
- 1 de fev. de 2017
- 3 min de leitura
Meios para levar um inventor a um próximo nível
Geralmente o inventor é alguém que pensa demais. Antes de dormir fica engenhando seus pensamentos em soluções para situações com produtos disruptivos ou então melhorias funcionais de um produto existente.
...Porém um inventor passa a tomar posse deste nome quando além de pensar em uma solução para um problema com uma invenção, ele vai além e encontra meios de materializar suas idéias. Enquanto o inventor possui apenas uma ideia ela não tem valor, pois trata-se só de uma ideia que em algum momento ele pensou, mas não a colocou em prática, não a traduziu a meios factíveis, não a colocou a prova, não testou, não materializou.
Se o inventor não tem segurança para isso, o primeiro passo quando ainda se está pensando em um conceito inovador deve-se encontrar meios de proteger este conceito que ainda está em seu domínio, é um segredo intelectual ou se tratando de um produto um segredo industrial. É necessário que o inventor procure parceiros de confiança alicerçados por contratos de confidencialidade para poder dividir alguns conceitos do seu produto que deve ser transformado em uma patente. O próprio inventor ou um procurador dá início ao processo de patenteabilidade realizando buscas no INPI e nos órgãos internacionais para saber se sua invenção não está sobre o domínio de alguém. Depois processa-se um longo caminho através do depósito da patente e posteriormente a espera dos pareceres dos analistas de cada etapa da patente.
Será realizado uma espécie de memorial, um relatório descritivo, com a apresentação e a contextualização da ideia e demonstradas as razões do porque se deseja patentear a idéia e em quais situações deseja protege-la e suas reivindicações. Todas estas informações podem ser melhor entendidas com a apresentação de desenhos próprios inseridos no corpo do documento para entendimento pleno das patentes pelos analistas do órgão INPI.
E por falar em desenho paralelamente ao processo de patente o inventor pode contratar os serviços de uma empresa de desenvolvimento de produtos e prototipagem para transformar um conceito que já está de alguma forma no papel para um produto funcional. Isso pode acontecer por meios da utilização de um software CAD que simulará montagens e desenhará cada peça e funcionamento do produto. Posteriormente após aprovado o desenvolvimento do protótipo pode-se executar por meios muito ágeis e acessíveis como a impressão 3D, moldes de silicone, cortadoras a laser, injetoras de baixa pressão para protótipos, laminação com fibra de vidro entre outros. O protótipo, posso dizer com toda confiança é uma das etapas mais importantes, pois previne de muitas insatisfações e surpresas durante o processo de desenvolvimento de produto.
Aprovado o protótipo, o inventor terá em mãos uma excelente ferramenta, ou seja, um arsenal para a apresentação do seu produto que consta de um pedido de patente, uma documentação de um memorial descritivo de uma invenção ou modelo de utilidade, desenhos técnicos, arquivos CAD para orçar processos de produção em série e um protótipo muito bem apresentável para conquistar investidores na ideia.
Com todas estas ferramentas chega uma das etapas mais difíceis do processo que é a etapa de comercialização, ou seja, encontrar um investidor que possa ser uma empresa que comercializa produtos em setor equivalente, empresas que quiserem entrar em outros segmentos, transformadores de matéria prima entre uma vasta gama de pessoas que podem se interessar em investir no projeto.
Podemos dizer que este ciclo de ações necessárias para colocar em prática uma ideia exigirá do inventor algum investimento próprio, paciência, perseverança e comprometimento. O inventor não pode desanimar perante as dificuldades pois avançar poderá o levar a um próximo nível nesta carreira de pessoas extremamente inteligentes e que muitas vezes deixam de ser bem sucedidas pelo simples fato de não apostarem na execução de sua ideia.
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