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II Encontro Nacional de Impressão 3D

  • Walter Peixoto
  • 3 de mai. de 2017
  • 7 min de leitura

A equipe da Criativex resolveu unir neste post a nossa visão geral e técnica sobre o evento nacional no setor de impressão 3D e manufatura aditiva.

Visão geral do Encontro e integração com os visitantes


Este segundo encontro oficial que reuniu a comunidade de impressão 3D foi em São Bernardo do Campo, localidade diferente do encontro anterior que foi em Hortolândia. Apesar de ter sido em um ginásio menor e com menos expositores, houve maior interação entre os mesmos. O público, de modo geral, tem algum tipo de envolvimento com impressão 3D, já trabalha, pensa em trabalhar ou já ouviu falar e quer conhecer melhor, então foi possível ver pessoas mais interessadas, preparadas para perguntar sobre este tipo de tecnologia e que não estavam ali por acaso. Poder ver o portfólio variado das empresas presentes, sejam os fabricantes nacionais, os importadores, os cases, o nicho de mercado que atendem e outras máquinas utilizadas, colaborou para se criar uma visão no que podemos evoluir ainda.

Para os visitantes interessados, a interação com as demais empresas e as palestras, sem dúvida, deram um acréscimo ao conhecimento profissional e tecnológico, seja na visão geral de vivermos uma revolução industrial, sendo a manufatura aditiva um dos pilares, seja numa visão mais focada, sabendo de novidades e configurações específicas de novas impressoras que estão por vir.



Palestras

Dentre as palestras destacamos os fatores interessantes que pudemos acompanhar: Na palestra do Prof. Rubens Medino, professor do SENAI, com título ‘Educação 3D com foco na Indústria 4.0’, abordou-se a evolução na indústria desde a criação da máquina a vapor, até chegar na era atual, Indústria 4.0, no qual a impressão 3D encontra-se entre os elementos que compõe essa revolução. Pudemos nos situar em meio a quarta revolução industrial, que se iniciou em meados de 2010 devido a integração de diversas tecnologias que estão cada vez mais próximas de nós, dentre elas: Internet das Coisas, Big Data, arquivos na nuvem, manufatura aditiva, entre outras. Deste modo, estamos como um embrião com grande potencial de crescimento nas mudanças que estão por vir, nos modos de fabricação de produtos, na personalização em grande escala, na interação homem-máquina, na proximidade da sociedade com a tecnologia, sua integração no cotidiano e na educação no que diz respeito a educação tecnologica desde a infância, o contato natural que as crianças já tem com as tecnologias e como será cada vez mais integrada as tecnologias ao ensino em escolas e universidades, gerando um novo modo de pensar para resolução de problemas com estas novas ferramentas que estão surgindo.

Destacamos também a aplicação da impressão 3D na área médica abordado por uma fonoaudióloga que fez o curso de impressão 3D. Ela juntamente com outras duas pessoas, desenvolveu uma válvula fonatória para o tratamento de pessoas com disfagia. Essa válvula fonatória atualmente é produzida nos Estados Unidos e, custa em média US$ 800,00, dificultando a compra de pessoas que não tem condições financeiras. Através desse projeto desenvolvido e impresso em 3D baixou-se o custo final e estas pessoas que necessitam do seu uso, poderão adquirir por um preço mais acessível.

Na palestra do Bob e Tiago, da 3D Factory, com título ‘Modelagem orientada à impressão 3D’, pudemos ter contato com novos insights em modelagem de peças, o que significa em substituir o pensamento natural que se tem ao modelar, como modelagem de peças para processos de fabricação convencionais (injeção em moldes, usinagem, etc.), modelagem orgânica para animação, games, publicidade, para um pensamento de modelagem aplicada a impressão 3D, o que significa obter ótimos resultados com peças coloridas e minimização de utilização de materiais de suporte e pós-acabamento, sem a necessidade de utilizar impressoras de alta resolução e multicoloridas, que possuem valores elevadíssimos, de modo que se possa obter estes resultados com impressoras de Fabricação por Filamento fundido existentes no mercado nacional.

Não se tratou de um curso de modelagem, até porque esta metodologia de modelagem está sendo desenvolvida e decorre da experiência do usuário em modelagem, impressão 3D e da capacidade da máquina, então foram ideias, ‘sacadas’ que se pode ter de modo a facilitar a impressão e viabilização de resultados surpreendentes com baixo custo de impressão. Nós da Criativex temos realizado estudos internos com métodos de modelagem voltados ao produto.

Por fim das palestras que pudemos assistir, a palestra do Prof. Dr. Rafael Ferreira, pesquisador líder do Grupo de Pesquisa em Manufatura Aditiva (GPMA) do ITA, com título ‘Impressão 3D na direção de componentes funcionais’ trouxe um caráter científico para a impressão 3D, saindo do aspecto de ‘tentativa e erro’, muitas vezes utilizado pelos usurários comuns e entusiastas de impressão 3D, e utilizando recursos de investigação científica, com métodos matemáticos e numéricos para otimização de formas geométricas de peças funcionais visando redução de material garantindo resistência estrutural, bem como a integração de materiais nobres (materiais compósitos, tais como: PLA com fibra de carbono, Nylon com fibra de vidro, fibra de carbono ou fibra de kevlar) com materiais comuns visando a otimização da utilização deste materiais de modo a dar mais resistência com a quantidade mínima necessária. Para tanto apresentou pesquisas que estão sendo feitas a nível de iniciação científica, trabalho de graduação, mestrado e até doutorado, confirmando a importância deste método de fabricação que está revolucionando a indústria e ainda há muito o que se descobrir.

Materiais

Além das novidades apresentadas nas palestras, foi interessante observar dentre os materiais apresentados que o PETG está se tornando mais comum entre os fabricantes de filamentos, apresentando características de resistência mecânica comparáveis ao ABS e facilidade de impressão que se assemelham ao PLA, podendo ser uma alternativa interessante para futuros projetos. Foi interessante a apresentação de um dos fornecedores de filamentos o PLA Prime, que oferece resistência similar ao PET G e aspecto natural da impressão do PLA que é mais bem estético que o do PETG. Estão sendo apresentados materiais próprios conhecidos ao mercado nacional antes só feitos por empresas estrangeiras, como por exemplo PLA com madeira, cobre, carbono entre outros. Algumas empresas deste mercado estão apostando em materiais comuns como o PLA e suas blendas e deixando o ABS de lado, enquanto outros mostram como diferencial em suas máquinas a vantagem de trabalhar muito bem com o ABS que possibilita muita facilidade no pós-acabamento. Alguns fornecedores estão concentrando seus testes em materiais que estão sendo desenvolvidos considerados de engenharia como o ABS/Policarbonato, Poliacetal e o Nylon também chamado de Poliamida. Em se tratar do ABS parece que a comunidade que gosta de usar tem sido unânime do uso do ABS MG 94 pelas suas características melhores de uso na impressão, como por exemplo melhor aderência entre as camadas, redução de empenamento (warp) e boa fluidez. Para finalizar nossos comentários sobre os materiais nos chamou a atenção um carretel de filamento gigante de 5 kg, que pode ser facilmente adaptado com um suporte de filamento com rolamento no eixo para facilitar que o trator que traciona o material para o extrusor tenha condições de tracioná-lo. Pode ser muito útil no crescente número de impressoras com grande área e volume de impressão.

Impressoras 3D

A concorrência entre os fabricantes de impressoras 3D faz com que eles busquem a inovação em seus produtos para atender às necessidades do mercado, como resultado temos impressoras cada vez mais equipadas, e também a abertura de alguns fabricantes à personalização de impressoras para atender necessidades específicas de seus clientes, o que é muito animador de poder optar por configurações específicas para atender a diferentes nichos de mercado. Dentre as inovações estão a inserção de uma tela touchscreen para controle de impressão, troca rápida de bico extrusor para alteração do diâmetro de saída do filamento, sendo que o convencional é 0.4mm e já há possibilidades entre 0.1 e 1.0mm, extrusores duplos de modo a fazer mescla de materiais e obter peças em designs degradê e opção de suporte solúvel. Foram apresentados diferentes tamanhos de mesa de impressão atingindo assim um público maior que pode em alguns casos precisar de uma mesa (eixos X e Y) maior, ou então na altura da peça (Eixo Z), e pesquisas para inovações em utilização de bicos simultâneos para fabricação seriada de peças em uma mesma impressora e mesa de impressão. Os fabricantes estão cada vez mais trazendo facilidade no uso e interação com o usuário para suas máquinas como por exemplo a calibração automática da mesa, a já mencionada troca rápida de bico, vendendo suas máquinas já com um fatiador excelente de mercado aumentando o leque de opções de configurações e melhorando a velocidade de impressão versus qualidade da peça. Algumas melhorias que poderiam ser obtidas como por exemplo o aquecimento do ambiente interno com ar quente ainda não pode ser realizado abertamente nas máquinas nacionais devido a patentes internacionais que ainda estão em vigor.

Cases

A Criativex também esteve presente neste evento, demonstrando seus serviços, dentre os quais tem destacado como um dos seus principais diferenciais produtos impressos em 3D com acabamentos similares à uma superfície da carenagem de um veículo como o capacete do Wolverine que levamos ao evento, e os mock-ups de embalagens usados para demonstração e pesquisa de marketing. Apresentamos também uma maquete de quase 1 metro comprimento de um navio cargueiro impresso em 3D e não poderíamos deixar de falar das produções em escala, unindo os processos convencionais de prototipagem com a tecnologia mais avançada em impressoras 3D, estas produções são feitas a partir de moldes de borracha de silicone com matrizes impressas em 3D e produtos finais com resinas avançadas, que tem permitido alcançar valores unitários de peças em pequena e média escala muito acessíveis.

Outros cases interessantes como o realizado pela 3D Factory já comentado nas palestras e o uso de interações de peças impressas em 3D com sistemas de automação com arduínos em protótipos funcionais chamaram a atenção.


Conclusão

Encerramos nossos comentários dizendo que este encontro EXPO3DBR é uma verdadeira universidade, onde estamos em contato com especialistas, pesquisadores e entusiastas que respiram neste mundo da impressão 3D e que proporcionam um ambiente de muito aprendizado a todos os níveis, desde aqueles que estão vendo uma impressora pela primeira vez, até aqueles que fizeram parte do início da impressão 3D no Brasil.

Alinhado com as pesquisas frequentes para a descoberta de novos materiais, a impressão 3D, certamente irá desbravar muitos segmentos futuramente. Dentre eles destacaríamos: medicina, vestuário, automobilístico, civil e a área alimentícia. De certa forma, a impressão 3D já está presente nesses segmentos. E certamente iremos ver a popularização do uso dessa tecnologia tornando-a a cada ano mais comum e conhecida.


Foto da equipe da Criativex com os organizadores do evento EXPO3DBR, Cleber Rampazzo e Rubens Medino. Parabéns pela dedicação.

Entrevista realizada pela jornalista Laura Loenert da no site de notícias 3DPrinting que fornece conteúdo relevante em impressão 3D, robótica, open hardware e drones, entre outros temas correlatos.Apresentamos na ocasião o que nós levamos para a Expo3Dbr - Encontro Nacional de Impressão 3D que aconteceu na cidade de São Bernardo do Campo e falamos um pouco do nosso trabalho.

Se você gostar de tecnologia acesse os meios de contato do Site 3DPrinting - 3dprinting.com.br e no Facebook: facebook.com/3dprinting.com.br

 
 
 

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